As Maravilhas dos
Ciganos da Umbanda
Conto a história de
um menino, novo, com 19 anos, que iniciava seus trabalhos mediúnicos em
uma casa de umbanda. Ele já trabalhava com as entidades, mas estava em
desenvolvimento com muitos outros. À medida que ele ia trabalhando ele
ia ficando cada vez mais apaixonado pela idéia de poder ajudar as
pessoas, não somente com sua mediunidade, mas também com qualquer coisa
que pudesse fazer. A casa e os membros dela lhe proporcionavam isso.
Gostava de todos e com todos se dava. No entanto, sempre há pessoas que
ficam incomodadas com a felicidade dos outros e uma médium estava neste
ponto. Em uma sessão, mais precisamente de exú, estava ele lá feliz indo
trabalhar. Todos manifestaram suas entidades para começar as consultas.
As consultas estavam sendo realizadas até que se encerraram. Quando se
encerrou a sessão, uma pessoa que até então era próxima do menino, o
relatou um fato que o deixaria completamente para baixo, que a
entidade da médium lhe disse para não falar com a entidade dele, pois
ele "fingia". Imaginem como ficou a cabeça desse médium que estava no
começo de seus trabalhos mediúnicos se, para ele até então, estava
fazendo um trabalho correto. Aquilo realmente o deixou para baixo.
Recorreu ao dirigente da casa, o dirigente tentou lhe explicar, mas o
fato realmente o abalou. Ficou muito mal durante toda a semana seguinte.
A próxima sessão era a Festa dos Ciganos. Ele estava muito desanimado
para ir, mas por seu compromisso com a casa ele foi.
A festa começou e as
entidades começaram a se manifestar. A entidade dele foi chamada e ele,
tentando deixar o desânimo e a tristeza de lado, entregou sua mente para
a entidade, que até então ele não sabia quem era.
Para contar o que
aconteceu, escrevo aqui as palavras da pessoa que era ligada a ele até
então, contando todo o ocorrido durante a sessão:
-"O cigano se
manifestou e cumprimentou a todos, quando a cigana Sarita foi
cumprimentá-lo, ele foi atrás dela para retribuir. Um tanto estranho,
mas tudo bem. Quando eu fui me consultar com o cigano, ele me abraçou,
pegou minha mão, e ficou tocando de uma forma estranha, como se
estivesse lendo-a com os dedos. Me disse que ele não poderia lhe falar
muita coisa, mas a Cigana Sarita poderia lhe explicar tudo.
Fui falar com ela e
ela me revelou:- "Aquele cigano é o Pablo, meu grande amor de toda a
vida, finalmente nos encontramos de novo." Ela me contou a história dos
dois e nem pude acreditar. Quando a sessão estava terminando os dois se
encontraram no meio do salão, se ajoelharam se abraçaram e falaram um
com o outro, mas não pude ouvir. “Deram as
mãos, levantaram-nas, cumprimentaram o Cigano do Dirigente da casa e
foram juntos embora para o Astral.”.
O menino acordou depois disso tudo com uma energia no corpo
que o fazia o sentir a pessoa mais feliz do mundo. Chorou de felicidade.
Como aquela entidade fez isso ele não sabia. A pessoa que era próxima
dele o contou todo o ocorrido, e ele, mais do que nunca voltou a
acreditar não somente no seu trabalho espiritual, mas também nas
maravilhas que o plano espiritual pode fazer. O povo cigano lhe
proporcionou tudo isso e, até hoje este povo vem trabalhando na umbanda
realizando seu belíssimo trabalho.
Conto essa história
para vocês não somente com o objetivo de compartilhar uma maravilhosa
experiência, mas também para mostrar que nunca podemos nos abalar por
outras pessoas, seja quem elas forem. Sempre lembre o seu objetivo na
umbanda: Caridade. E para praticá-la temos de estar, não somente com paz
de espírito, mas temos de estar com muito amor e humildade no coração.
Não pense que essa história é fictícia porque ela aconteceu comigo e
passo para vocês para que, se um dia vocês se encontrarem no meu lugar,
não fiquem como eu fiquei.
Agradeço a Deus por
trabalhar com esse povo que só traz felicidade, não só para mim, mas
para todos. Hoje não estou mais na casa e nem trabalhando com a minha
mediunidade, mas em breve voltarei a minha amada religião. No entanto,
nunca vou esquecer esse fato que mudou minha vida.
Salve Santa Sara kali! Salve Todos os Ciganos. Arriba!!!
Um grande abraço, muito axé e que os ciganos sempre estejam com vocês!!!
Crédito: Rodrigo Pestana